Por que tive medo de Jogar RPG? Uma jornada de preconceito à paixão

O que é RPG? De forma simples, trata-se de um jogo de interpretação, onde os participantes colaboram para contar uma história. Regras, papel, lápis, dados, e, principalmente, imaginação são as ferramentas necessárias para criar um mundo de aventuras. Desde a primeira partida, descobri que a imaginação é a verdadeira base do RPG. O gênero surgiu na década de 1970 com "Dungeons & Dragons" nos EUA, chegando ao Brasil nos anos 1980. Contudo, foi apenas nos anos 1990 que tivemos os primeiros títulos traduzidos, e o hobby começou a crescer. O século XXI, em especial, foi marcado por uma enorme popularização dos jogos de RPG no Brasil.

Mas se RPG é tudo isso, por que tive medo de jogá-lo? A resposta está enraizada em preconceitos e na desinformação. Quando o RPG chegou ao Brasil, na década de 80, a mídia o associava à violência e até o suicídio de adolescentes, com a absurda ideia de que o jogo invocava forças demoníacas. Isso gerou uma onda de medo e reprovação, principalmente entre pais preocupados. Eu mesmo, trabalhando ao lado de colegas mais jovens, via-os comentando sobre suas sessões de RPG e pensava, cheio de preconceitos: "Estão mexendo com magia, em breve estarão se matando". Eu não baseava essas ideias em fatos, mas no medo irracional promovido pela mídia daquela época.

Hoje, o cenário mudou. O Ministério da Educação, por exemplo, incentiva o uso de RPGs como ferramenta pedagógica. 

Em 2023, com quase 50 anos, e incentivado por um amigo, decidi deixar para trás esses preconceitos e experimentar o RPG. Foi uma das melhores decisões que tomei.

Forbidden Lands
Minha primeira aventura, incentivada pelo Florian, foi em "Forbidden Lands", jogando como um Meio-Elfo caçador em um grupo diverso de personagens: O Amiedra que é um Anão guerreiro e também é o cozinheiro (Vinícius), um Goblin/Duida Mago conhecido como Gomes Hilgar o salvador de anões (Eduardo), a Garra do Corvo é uma Humana Ladra (Joan), o outro Meio-Elfo é chamado de Drought um mago necromante canibal considerado herói pelo grupo (Yago). O mestre da mesa, Wylliam, foi essencial para facilitar minha entrada no jogo, escolhendo um sistema simples e acolhedor.

Esses encontros quinzenais se tornaram momentos especiais para mim. Quando estou jogando, me transformo no meu personagem, e por algumas horas, vivo uma vida de aventuras. Agora, sou um incentivador do RPG, inclusive para minha filha de 14 anos, e convido a todos que se sentem presos pela rotina a experimentar esse universo. Afinal, como dizia Gonzaguinha: "Viver e não ter a vergonha de ser feliz, Jogar, e jogar, e jogar, a beleza de ser um eterno aprendiz" – com licença poética, claro, onde "jogar" substitui "cantar".

Se você, como eu, já teve medo ou preconceito em relação ao RPG, saiba que ele pode abrir portas para novas formas de diversão, aprendizado e imaginação. Vale a pena rasgar velhos medos e se permitir explorar novos mundos.

Todas as miniaturas expostas nesse post eu que pintei usando tintas acrílicas da AK, Scale75 e Acrilex todas compradas na BangStorieTintas, com tutoriais do canal Pintando Miniaturas e as miniaturas foram adquiridas na ArsenalCraft













Veja mais fotos dos personagens

Fontes:

(1) https://cienciadainformacaoexpress.ufla.br/index.php/revista/article/view/27#:~:text=O%20RPG%20chegou%20ao%20Brasil,editora%20Devir%20(FIGURA%202).

(2) https://www.megacurioso.com.br/artes-cultura/124773-por-que-o-jogo-dungeons-dragons-causou-panico-nos-anos-1980.htm

(3) https://www.owpoga.com/site/?blog/jogos-rpg-tem-apoio-do-mec-mas-nao-os-controlam_180

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